Com Harry e seus fãs
O conjunto das obras, as estratégias de marketing, a internet e a histeria dos fãs gerou uma gigantesca explosão cultural. Fansites, fanfics, cosplayers, podcasts, wizard rock... Como a ficção de fã foi encarada pela autora? O que um grande estúdio de cinema faria contra os fãs que violassem Copyright? Entender as ramificações da pottermania e sua relação com Joanne Rowling, Bloomsbury, Scholastic e Warner Bros fica mais fácil a partir do texto de Melissa.
A comunidade Potter não tirava cochilo nos intervalos entre um livro e outro. A espera era um combustível a mais para a pottermania. O hiato entre uma publicação e outra – que podia ser bem longo – fazia com que a arte elaborada pelos próprios fãs fosse mais valorizada, o que acabou por criar fãs de fãs. Os livros de Rowling fizeram mais que contabilizar índices assustadores de vendas. Harry fez pessoas de todo o mundo se conectarem por uma paixão em comum.
“O fandom online se tornou um fenômeno global com sua própria linguagem e cultura, suas próprias guerras e festivais”, escreveu Jo Rowling, no prefácio que fez para Harry e Seus Fãs. Jo conta que ler o livro de Melissa foi uma forma de estar nos bastidores dos lançamentos de seus próprios livros, de acompanhar a loucura Potter do ponto de vista de um fã.
Editora do portal The Leaky Cauldron, Melissa presenciou e foi parte ativa na construção da pottermania. Harry e Seus Fãs é, sobretudo, o resultado da militância da autora no fandom – o mergulho na vida de Melissa certas vezes é tão profundo que deixa o texto um tanto enfadonho. O mais importante é que o livro representa, para todos aqueles que viveram a comunidade Potter desde o princípio, uma maneira de recordar as loucuras e devoção do fandom. Para os novatos, é uma maneira de entender todo o furor que essa febre literária causou, com os combates de ships, confrontos de teorias e guerras contra (e por) spoilers.
*Originalmente publicado para minha coluna na Potter Heaven
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