O evento cinematográfico de uma geração

A campanha da Warner para Harry Potter e as Relíquias da Morte, filme dividido em duas partes, é impactante. Como era de se esperar, o material de divulgação veio com uma dosagem extra de apelo emocional. Duas chamadas de efeito resumem a atmosfera de desfecho e saudosismo: "O evento cinematográfico de uma geração", diz a primeira; "O fim do fenômeno mundial", desespera uma segunda. Não se trata apenas de mais um dos filmes de Harry Potter, mas do último, como os cartazes e trailer insistem em destacar. Nessa coluna, vamos debater um pouco como a enorme legião de fãs do bruxo está lidando com mais este ponto final na saga.

Toda uma geração acompanhou as adaptações da obra de Joanne Rowling para o cinema. Ao longo desses quase dez anos, os fãs cresciam enquanto as personagens os acompanhavam na telona. Vimos Daniel Radcliffe ganhar os primeiros fios de barba, as curvas de Emma Watson surgirem em suas vestes bruxas e o Rupert Grint esticando como mágica. Olhando os números, o êxito alcançado pelos filmes da saga é incontestável. Bilheterias milionárias e elenco com muito mais dígitos na conta bancária, Harry Potter tornou-se a maior franquia do cinema mundial. E dos sete livros vieram oito produções - a  Warner fez questão de lucrar mais um bocado com esta mina de ouro.


Questionados sobre a divisão do último episódio da saga em duas partes, os fãs não escondem o sentimento. Não poderia ser melhor, dizem. A sensação é de que a aventura continua viva por mais tempo. A publicação do sétimo e último livro de Harry Potter deixou uma lacuna enorme. Os sites voltados para o mundo criado por Rowling não penduraram as chuteiras com a publicação de "Harry Potter e as Relíquias da Morte". Todo o fandom passou a girar então em torno dos filmes. Observando a situação, não fica difícil entender por que a campanha da Warner para o último filme da franquia tem gerado sentimentos tão dialéticos entre os fãs. Enquanto estão ansiosos para ver mais um filme da saga na telona, também estão apreensivos com a proximidade do fim.

A estréia de "Harry Potter e as Relíquias da Morte" nos cinemas não será mesmo um evento qualquer. O primeiro livro, "Harry Potter e a Pedra Filosofal", o marco inicial deste fantástico fenômeno literário, foi publicado ainda em 1997. Além dos novos fãs, há um bom número de jovens adultos que correrão para os cinemas e se emocionarão com mais um ponto final na história do Menino-Que-Sobreviveu. Para essas pessoas, as aventuras de Harry Potter sempre as levarão de volta para um período mágico de suas vidas, onde jamais faltou espaço para corujas, caldeirões e feitiços. A verdade é que o mundo de Rowling sempre estará diponível para aqueles que desejarem viver e reviver momentos de reflexão e magia.

* Escrevi esse texto para minha coluna no Potterheaven

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