Crepúsculo X Harry Potter X O Senhor dos Anéis

Depois da estréia de “O Senhor dos Anéis” nos cinemas, engrossou o coro de acusações de que Joanne Rowling teria plagiado os textos de Tolkien quando criou o mundo mágico de Harry Potter. Mais recentemente, circula por aí a fofoca de que os livros da série Crepúsculo são superiores aos da saga do bruxinho. Alguns até dizem que depois do sucesso dos livros de Stephenie Meyer, Harry virou coisa do passado. Hoje falaremos um pouco sobre a sina da saga Harry Potter: os fantasmas que aparentam ameaçar o reinado de nossa série favorita.

Antes de tudo, reflitamos sobre essa mania que temos de comparar as coisas (isso é melhor que aquilo, que é diferente desse e igual àquele…). Em alguns casos, não cabem comparações exageradas. É assim com a trilogia “O Senhor dos Anéis” e Harry Potter. Há fatores em comum entre elas? Claro. Mas uma coisa é enxergar o que há de comum entre as duas histórias, e outra bem diferente é rotular quem é melhor ou pior. Mais terrível ainda é acusar a Joanne de um plágio que jamais ocorreu.

Se pararmos realmente para ler ambas as sagas, veremos que as semelhanças são superficiais. As duas são literatura fantástica, tratam de disputas entre o bem e o mal e tomam como pano de fundo o imaginário europeu. Isso parece muito? Mas não é tanto assim. A maneira como Tolkien trata suas criaturas mágicas, por exemplo, é bem diferente da que a Joanne escolheu. Nesse quesito, a diferença mais óbvia reside na retratação dos elfos nos dois textos. Em Tolkien eles são sublimes; em Joanne, eles são “domésticos”. Outra coisa é que Tolkien não pensou no público infantil quando escreveu sua trilogia; já Rowling, direcionou seus livros especialmente para os pequenos (principalmente os primeiros).

O que estou tentando dizer é que eles trabalham com elementos parecidos de maneira distinta. E não poderia ser muito diferente. Os dois escrevem sobre literatura fantástica com base no folclore europeu. Gandalf e Dumbledore têm as mesmas raízes históricas e culturais. Vão haver semelhanças, é lógico. Mas a narrativa é muito diferente. Os objetivos são muito diversos. O alvo é outro. Quanto às disputas entre o bem e o mal, isso não é particularidade das duas sagas. Isso está presente em quase tudo produzido por seres humanos.

O maior fator motivador para as duas histórias sofrerem tantas comparações foram as adaptações para o cinema. Afinal, tratam-se de obras fantásticas de escritores ingleses adaptadas por um grande estúdio e lançadas num período em comum. Inevitável que o público fizesse a ligação.

Na próxima coluna, discutiremos sobre Crepúsculo.

*Originalmente publicado em minha coluna na Potter Heaven em 07/12/2009

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